Rede agiliza e facilita a publicação e descoberta de novos escritores, mas também traz mudanças nas editoras.A literatura, num todo, não é mais a mesma depois da internet. Há quase uma década novos autores foram surgindo, e transpondo a telinha do computador e para chegar aos internautas em forma de livros. Livros estes em versão digital. A internet é um facilitador para estas publicações e para a divulgação das obras literárias. Serviu como meio de propagar a leitura e promover o crescimento de obras e autores. O leitor, mesmo o que não quiser se tornar escritor pode acompanhar mais de perto agora. De certa forma podemos notar que os sites assumiram o papel que as revistas literárias perderam. A universalidade da literatura deu um arranque com tantas formas de acesso a obras, a comentários, críticas, lançamentos e eventos.
Antes era questionado se o que se encontrava na internet era literatura, hoje a pergunta é como a internet serve de suporte para novos autores e suas obras. De alguma forma, a rede encurtou o caminho entre o autor e o leitor. Se antes o escritor precisava ir de porta em porta nas editoras para apresentar seu trabalho e buscar apoio para a publicação de seu livro, hoje a internet disponibilizou a estes escritores a forma do “faça-você-mesmo”, onde o escritor tem espaço para mostrar da sua forma o que eles querem levar ao leitor.
Amanda Limeira, 26 anos, estudante do 7º período de letras, da Faculdade Federal de Minas Gerais, tem fascínio pela literatura, o que serviu de grande incentivo para optar pelo curso na faculdade. Sua intenção é formar e se especializar em Literatura Brasileira Clássica e do século XX. Para ela falar sobre esta ligação entre internet e literatura é parte do que tem vivido na faculdade e que pretende saber ainda mais. “A internet apresenta seus facilitadores a respeito de como promulgar a literatura a muitas pessoas ao mesmo tempo. Hoje as pessoas têm opção de fazer um download de livros, debaterem idéias, criticar e ter mais contato com os autores”, diz a estudante.
Para a estudante a idéia é afirmar que a internet é uma evolução para a propagação da literatura. A acessibilidade aos termos, obras e autores literários hoje é possível ainda mais por meio da internet. Este fácil acesso instiga as pessoas a ler, comentar e até arriscar a compor frases, textos e livros. Muitos dos novos autores surgem hoje inicialmente na internet, em blogs e sites com vocação literária. Esse aumento de publicações e surgimento de autores já se fez sentir, nos últimos dez anos.
A primeira editora 100% online brasileira, a Mojo Books produz livros eletrônicos tendo como inspiração álbuns inesquecíveis da música pop. É uma idéia inovadora e bem original. O site da editora
WWW.mojobooks.com.br disponibiliza aos seus internautas download das obras referidas no site, além de propostas de eventos e espaço para o envio de livros, aos que se interessam em fazer publicações de suas obras. É a comprovação de que a internet está aberta à participação do leitor, do autor, e até mesmo das editoras.
Mas há controvérsias a respeito desta acessibilidade e deste crescimento. O impacto que a internet trouxe as literaturas afetou desde a quantidade crescente de pequenas editoras, que pretendiam dar vazão a esse novo contingente, até grandes editoras que, pescando autores testados pelas pequenas, engrossam seu catálogo.
Hoje a disputa é para ter acesso primeiramente às grandes obras, já que para quem escreve a dificuldade para a publicação não é tão grande quanto antes.
Pedro Augusto é diretor da Editora Boa Viagem, que trabalha com algumas editoras também conhecidas e diz “ o processo de seleção de autores inéditos não mudou nada, continuamos recebendo originais pelo correio”. Segundo o diretor eles estão alerta para o mercado literário, “estamos atentos à cena, mas não ficamos tão impressionados com a miríade de novos escritores”, afirma o diretor, que trabalha há doze anos com esse mercado.
É notável que de alguma forma as editoras foram parcialmente modificadas pela disponibilidade de acesso a essas obras pela internet. “Aqui na editora já lançamos livros que se for contar o número de originais, podemos dizer que caberiam em uma mão”, conta o diretor ao mostrar suas planilhas de publicações que há algum tempo vem diminuindo.
A procura ainda existe e continuará a existir. “Os leitores não deixarão de comprar livros impressos e nem os escritores deixarão de documentar suas obras nas editoras, pode ser que o número dessa procura diminua, mas cessar creio que não”, afirma Pedro Augusto, ao falar da esperança que tem em se aposentar trabalhando neste ramo, que para ele é fascinante.
Há espaço para todos neste mercado, e de certa forma, tanto na internet quanto nas editoras, a idéia é propagar a literatura e tornar cada vez mais acessível a todos, não deixando de lado também o lado capitalista de cada meio. O que diverge em outras discussões.
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